6 de março de 2012

Melissa escreve...

Maria Luiza ama os animais, provavelmente assim como você, que dedicou um pouco do seu tempo para ler nosso blog. Ela faz parte da ABA e faz o possível e o impossível pelos animais de lá. Até o final do ano passado ela possuía 1 gato...Até o final do ano passado, quando a ABA recolheu 3 filhotinhos de gato que ainda estavam com os olhinhos fechados (não me pergunte como alguém consegue abandonar seres tão indefesos, mas não vamos falar sobre isto...Este é um post feliz). Eram 1 fêmea e 2 machos. Infelizmente os machos não sobreviveram, apenas a fêmea conseguiu ser salva, graças aos esforços da ABA. A Maria Luiza se afeiçoou à gatinha e resolveu levar ela para sua casa, porém teve que deixa-la escondida de seu marido, não por ele odiar animais ou não apoiar a causa (nada disso!), ele não queria que ela trouxesse mais um animal, porque senão não haveria fim, ela iria querer trazer todos para casa, tamanha a sua paixão! Enfim, depois de 2 semanas, a gatinha ficou espevitada demais para ficar escondida, então Maria Luiza escreveu uma cartinha em nome da gata, que se chama Melissa. A cartinha ficou uma graça e deu certo!!! Melissa arranjou um lar!!!

Barretos, 16/12/2011
Prezadíssimo sr.

Chamo-me Melissa e vou lhe contar a historia da minha vida. Mas não se assuste, a história é breve, tenho 1 mês de vida, se tanto.
Fui arrancada da minha mãezinha muito cedo. Dela, só me lembro que era macia, tinha uma língua quentinha que usava para me limpar e produzia um leite delicioso que desfrutei por pouco tempo. Nada sei de sua aparência pois, quando nos separamos, meus olhinhos ainda estavam fechados. Alguém nos abandonou à beira da rodovia, eu e mais três irmãozinhos. Um casal nos achou mas estavam em viagem e não puderam ficar conosco. Levaram-nos à ABA.
Apesar da boa vontade dos funcionários da ABA não recebemos todo o cuidado que nossa fragilidade exigia. Lá está superlotado de outros bichinhos. Meus irmãozinhos morreram todos. Fiquei sem nenhuma família nesse mundo.
Presa numa gaiola não recebia alimentação nutritiva o suficiente, pois lá ninguém fica à noite, e nem sol. Fiquei muito fraca. Minhas pernas traseiras se atrofiaram.
Os funcionários da ABA me chamavam de Emilinha e me mostraram para sua mulher. Ela me adorou. Levou-me no Dr Herbert (muito gentil, por sinal) que me deu alguns remédios, disse que eu não tinha nenhuma doença, só desnutrição, falta de exercícios e sol. Aí vim para sua casa, onde tenho espaço, ensolação e tomo leite com ovo além da ração.
Meu nome foi mudado, para não confundir com o nome de outra gata linda que tem aqui. Somos muita parecidas, quando crescer espero ficar linda como ela.
Sou feliz pela primeira vez na vida. Por favor, não me mande embora. Sou quietinha, não sujo o chão, sou quase invisível se o sr quiser. Estou contando com sua bondade para por fim a tanta tristeza que já tive nessa vida. Olhe no fundo dos meus olhinhos e tente gostar um pouquinho de mim.

Atenciosamente
                                                                                                Melissa  


Melissa aproveitando seu novo lar!!!

Um comentário:

Jacqueline Morais disse...

Linda história!!!! Adorei a idéia da carta. Não tem como resistir..... Foi emocionante.